Núcleo de Ecologia e Manejo de Insetos – NEMI
  • Polinizadores e plantas podem ser afetados pelas mudanças climáticas

    Publicado em 16/04/2020 às 20:55

    Os organismos vivos estão adaptados ao ambiente que vivem, incluindo ao clima a que foram expostos ao longo da evolução. Mudanças no clima que ocorram rapidamente de forma a impossibilitar o processo de adaptação das espécies podem resultar em alterações drásticas nas suas áreas de distribuição. Compreendendo o impacto que essas alterações podem causar nos ecossistemas e no bem-estar humano, diversos estudos se dedicaram em tentar prever como as espécies reagirão às mudanças climáticas. No entanto, poucos avaliaram como essas mudanças podem impactar a interação entre as espécies.

    Nosso grupo desenvolveu um estudo publicado recentemente na revista Apidologie para avaliar justamente isso. Utilizamos como modelos as abelhas sem ferrão conhecidas popularmente como mandaçaias e a bracatinga. Como a resposta às mudanças climáticas é específica para cada espécie, verificamos uma redução drástica de até 94% na interação espacial entre polinizadores e a bracatinga até o fim do século. Considerando o importante papel dos polinizadores para a produção de alimento e manutenção de florestas, nossos resultados indicam que a alterações como a prevista por nossos modelos podem ter consequências severas para a humanidade se não reduzirmos a emissão de gases do efeito estufa.

    O trabalho intitulado “Climate change can affect the spatial association between stingless bees and Mimosa scabrella in the Brazilian Atlantic Forest” pode ser acessado aqui.

    Brevemente teremos novidades sobre outro estudo desenvolvido pelo nosso grupo sobre conservação de espécies de abelhas nativas brasileiras. Aguardem!


  • As mudanças climáticas e o pinhão

    Publicado em 06/12/2019 às 13:06

    Assistir a um filme, debaixo da coberta, comendo pinhão e bebendo um bom vinho. Essa combinação é considerada perfeita para um dia de inverno típico para muitos que moram no sul do Brasil. Talvez fique ainda melhor com uma paçoca de pinhão ou um entrevero (carne de gado, porco e pinhão). Essa iguaria muito consumida no sul é proveniente da araucária (Araucaria angustifolia),  pinheiro do paraná ou, ainda, pinheiro brasileiro. Espécies nativas de roedores, marsupiais, aves e até mesmo primatas também se alimentam do pinhão, uma fonte rica de carboidratos disponível nas matas de araucária.

    No passado, o corte dessa árvore símbolo da Mata Atlântica para uso da sua madeira colocou a espécie em risco. A situação ficou ainda pior com a perda de hábitat devido ao desmatamento. Atualmente a araucária é considerada criticamente ameaçada de extinção pela IUCN, que é a principal entidade que avalia o status de conservação de espécies em todo o mundo.

    Devido à importância cultural e ecológica da araucária, e do seu risco de extinção, nosso grupo decidiu avaliar se as mudanças climáticas poderiam ser uma ameaça adicional a essa espécie que está adaptada às condições climáticas mais frias do sul do país. Nosso estudo utilizou informações sobre a ocorrência atual da espécie e características do solo e do clima para entender a relação entre a distribuição da araucária e o ambiente que ela ocupa.

    Quando projetamos nosso modelo para cenários futuros de mudanças climáticas percebemos que a área adequada para a espécie sobreviver pode ser reduzida em até 77%!  Em termos práticos, isso significa uma área muito menor com araucária, menos alimento para a fauna nativa e menos pinhões para serem apreciados na nossa casa.

    Mas não basta apontar o problema, temos que pensar em uma solução. Por isso nosso estudo avaliou as unidades de proteção que são efetivas na conservação da araucária no futuro, e quais áreas podem dar origem a novas unidades com vistas na proteção da espécie em longo prazo. Além disso, nesse trabalho propusemos a conservação da araucária pelo uso, principalmente nas regiões que precisam se adequar ao Código Florestal Brasileiro. É claro que para que nossa estimada araucária seja protegida, será necessário um grande esforço político e, nesse caso, a pressão da população é fundamental!

    O artigo completo pode ser acessado clicando nesse link.

    Artigo: Present and future of the critically endangered Araucaria angutifolia due to climate change and habitat loss. Marchioro, CA; Santos, KL; Siminski A.


  • Insetos e comunidade

    Publicado em 20/08/2019 às 12:57

    No dia 17 de agosto o NEMI participou da a atividade UFSC na rua, realizada em Curitibanos, SC. Nesse evento, as atividades desenvolvidas na UFSC são divulgadas em espaços com grande circulação de pessoas. Nesse dia, a atividade foi realizada no Supermercado Myatã, e contou com a participação de alunos e docentes de diferentes cursos e laboratórios da UFSC. O NEMI foi representado pela discente Hevellyn Talissa dos Santos, que expôs insetos e outros animais para discutir o importante papel exercido por esses organismos no dia-a-dia da população.  Além disso, espera-se despertar o interesse de estudantes do ensino municipal de Curitibanos pelo estudo dos animais. O próximo evento será realizado  no dia 24 de agosto, desta vez no Supermercado Via Atacadista.


  • Mais um trabalho do NEMI recebe prêmio!

    Publicado em 12/08/2019 às 10:44

    Um trabalho desenvolvido por membros do NEMI foi premiado no V Congresso Brasileiro de Fitossanidade realizado entre os dias 07 a 9 de agosto em Curitiba, PR. Participaram do evento a aluna egressa do NEMI Jullia Jacques e o mestrando Fábio Sampaio. O trabalho premiado de autoria de Fábio Sampaio e Cesar A. Marchioro foi apresentado em formato oral e intitula-se “Seleção de modelos fenológicos para estimar a taxa de desenvolvimento de Spodoptera cosmioides (Wlaker, 1858) (Lepidoptera: Noctuidae) em campo”. Além desse estudo, outros três trabalhos foram apresentados no evento:

    • Voltinismo de Mythimna sequax Franclemont em diferentes cenários de mudanças climáticas no Rio Grande do sul e Santa Catarina (Autores: Jullia Jacques, Hevellyn T. Santos, Fábio Sampaio, Cesar A. Marchioro);
    • Efeito da temperatura no desenvolvimento de Spodoptera eridania (Cramer, 1872) (Lepidoptera: Noctuidae) (Autores: Fábio Sampaio, Flávia S. Krechemer, Cesar A. Marchioro );
    • Sobrevivência dos estágios imaturos de Spodoptera eridania (Cramer, 1872) (Lepidoptera: Noctuidae) em diferentes temperaturas (Fábio Sampaio, Flávia S. Krechemer, Cesar A. Marchioro).

    Em breve serão disponibilizados o resumo e o banner dos trabalhos aqui no nosso site!


  • Novo paper saindo do forno!

    Publicado em 01/08/2019 às 09:38

    O artigo intitulado “Climate change and voltinism of Mythimna sequax: the location and choice of phenological models matter” (Mudanças climáticas e o número de gerações anuais de  Mythimna sequax: o local e a escolha do modelo fenológico são importantes) já está disponível no site da revista Agricultural and Forest Entomology. Compreender o efeito das mudanças climáticas sobre o número de gerações anuais de insetos pragas é de suma importância, pois este fator está relacionado diretamente com a abundância da praga em campo e, consequentemente, com prejuízos econômicos para o produtor.

    No estudo conduzido por estudantes de iniciação científica e de mestrado, observamos que o aquecimento global terá impacto sobre o número de gerações de uma importante praga de plantas da família Poaceae (gramíneas). O interessante é que a influência do aquecimento global sobre o número de gerações variou conforme a área de estudo, sendo que o maior aumento foi previsto em regiões que atualmente são mais frias, como a região serrana dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.  Em regiões mais quentes, como o oeste catarinense e do Rio Grande do Sul, foi previsto uma redução no número de gerações de acordo com a intensidade do aquecimento global. Esses resultados podem ser utilizados para o planejamento no manejo de pragas em um cenário de mudanças climáticas.


  • Carrossel1

    Publicado em 12/06/2019 às 15:43


  • Aluna do NEMI é premiada

    Publicado em 27/11/2017 às 17:03

    A graduanda em Agronomia e bolsista PIBIC, Jullia Jacques, foi premiada como melhor trabalho na área de “Ciências da vida” no 27º Seminário de Iniciação Científica da Universidade Federal de Santa Catarina. Este é o segundo prêmio oriundo do trabalho intitulado “Efeito da temperatura sobre o desenvolvimento e sobrevivência de Mythimna sequax (Franclemont) (Lepidoptera: Noctuidae) e uso de modelos lineares e não lineares para estimativa da taxa de desenvolvimento”. Como prêmio, a Jullia receberá inscrição e passagens de ida e volta para a participação na Jornada de Iniciação Científica (JNIC) 2018, que ocorrerá durante a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Maceió, AL.

    Parabéns à Jullia pelo prêmio conquistado!


  • Congresso de Ecologia

    Publicado em 16/10/2017 às 09:01

    Na semana passada, entre os dias 8 e 12 de outubro, o mestrando Valdeir Pereira Lima e a graduanda em Agronomia Jullia Jacques apresentaram seus trabalhos em forma de Pôster e oral no  XIII Congresso Brasileiro de Ecologia e III Simpósio Internacional de Ecologia e Evolução. Os trabalhos intitulados “Niche analysis and distribution patterns of Melipona scutellaris Latrille, 1981 using ecological niche modelling”,Predicting the impacts of climate change on Melipona subnitida Ducke, 1910” e “Estimating the development rate of Mythimna sequax (Franclemont) (Lepidoptera: Noctuidae) using non-linear models” podem ser baixados na aba publicações. As discussões com participantes do congresso serão fundamentais para melhoria do nosso trabalho. Os trabalhos apresentados são resultado parcial dos estudos conduzidos pelo NEMI envolvendo o desenvolvimento de modelos para previsão de ocorrência de pragas em campo e os efeitos das mudanças climáticas sobre a distribuição de espécies de abelhas sem ferrão.

    Parabéns aos estudantes do NEMI pelo excelente trabalho realizado!


  • NEMI participará do Congresso Brasileiro de Ecologia

    Publicado em 12/08/2017 às 18:00

    O mestrando Valdeir Pereira Lima e a graduanda em Agronomia Julia Jacques irão representar o NEMI no XIII Congresso Brasileiro de Ecologia e III Simpósio Internacional de Ecologia e Evolução, que será realizado entre os dias 8 e 12 de outubro de 2017 na cidade de Viçosa, MG. Os trabalhos intitulados”Niche analysis and distribution patterns of Melipona scutellaris Latrille, 1981 using ecological niche modelling” e “Predicting the impacts of climate change on Melipona subnitida Ducke, 1910” serão apresentados oralmente. O trabalho desenvolvido em projeto contemplado com bolsa PIBIC intitula-se “Estimating the development rate of Mythimna sequax (Franclemont) (Lepidoptera: Noctuidae) using non-linear models” e será apresentado em formato de pôster. Em breve disponibilizaremos os resumos, as apresentações e o pôster.

    Parabéns aos estudantes pelo excelente trabalho realizado!

     


  • Nemi tem artigo entre os mais lidos

    Publicado em 24/02/2017 às 09:14

    RBEUm artigo recentemente publicado por membros do NEMI na Revista Brasileira de Entomologia está entre os mais lidos da revista em 2016. O artigo intitulado “Biotic factors are more important than abiotic factors in regulating the abundance of Plutella xylostella L., in Southern Brazil” foi publicado em outubro de 2016 e trata da influência de fatores bióticos e abióticos sobre a abundância de uma importante praga de brássicas. O estudo demonstrou que os parasitoides larvais exercem um importante papel na regulação populacional da praga e que, portanto, medidas culturais que visem maximizar a sobrevivência dos parasitoides no agroecossistema podem resultar em uma menor abundância da praga.